sábado, 22 de dezembro de 2007

domingo, 25 de novembro de 2007

Sondagem - Eleições para a Ordem dos Enfermeiros 2008- 2011 (ALTERAÇÃO)

A Tertúlia está a realizar uma sondagem acerca do comportamento dos colegas enfermeiros nas eleições para os Órgãos Sociais da Ordem dos Enfermeiros (OE) para o mandato 2008-2011.

Temos por objectivo promover a participação dos nossos colegas enfermeiros nestas eleições para que a lista eleita tenha legitimidade e representatividade junto das entidades responsáveis pela Saúde no nosso país e que condicionam, concomitantemente, a profissão de Enfermagem e a Saúde em Portugal.

Se for enfermeiro dê o seu contributo à nossa sondagem (de acordo com a Secção Regional da OE a que pertence) e exerça o seu direito e dever de votar no dia 13 de Dezembro, enquanto cidadão e enfermeiro em Portugal!


Bem hajam.


Gasparzinho

Ordem dos Enfermeiros - Eleições 2008-2011


Dia 13 DE DEZEMBRO DE 2007 realizar-se-ão as eleições dos órgãos sociais da Ordem dos Enfermeiros para o mandado 2008-2011. É importante que a nossa classe se una e vote significativamente numa das listas concorrentes para que se possa legitimar a eleição e assim podermos ter uma Ordem representativa e com peso suficiente para influenciar o rumo da profissão junto dos nossos governantes.

Poderão aceder a informações oficiais através do link: INFORMAÇÕES SOBRE AS ELEIÇÕES PARA OS ÓRGÃOS SOCIAIS DA ORDEM DOS ENFERMEIROS.

EU VOU VOTAR!

Gasparzinho

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

"A GIRL LIKE ME"...Do racismo e xenofobia.

A GIRL LIKE ME

Kiri Davis (realização)
Reel Works Teen Filmmaking (produção)
Estados Unidos da América, 2005


Este filme foi realizado por uma estudante liceal norte-americana, repetindo um exercício originalmente colocado em prática a meio do século XX. Os resultados foram (assustadoramente) semelhantes.

Dá que pensar...

Gasparzinho

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Conselho do dia:


TENTAR SER PRÍNCIPE, PORQUE SER REI ACARRETA SER-SE MENOS LIVRE E MENOS SIMPLES.


Leia-se o conselho à luz da Psicologia.


Gasparzinho

domingo, 7 de outubro de 2007

Ella Fitzgerald e Dinah Shore

Primavera no Outono...

'BLUES' MEDLEY

Ella Fitzgerald
Dinah Shore

"The Dinah Shore Show"

Gasparzinho


sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Something to live for...

Como eu não gosto só de música "dita" erudita, gostava de vos oferecer um outro tipo de erudição que aprecio muito...a minha amada ELLA.
A escolha do tema não é, para os que me conhecem, uma surpresa...atenção ao que é cantado e deliciem-se.

'SOMETHING TO LIVE FOR' e 'JAZZ SAMBA'

Ella Fitzgerald
Duke Ellington
Duke Ellington Orchestra
Festival de Côte d'Azur , 1966

Gasparzinho

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Pedro Santana Lopes no seu melhor...

Por uma vez na vida: SANTANA LOPES ESTE MUITO BEM.




Não se esqueça de votar na sondagem. Obrigado.

Gasparzinho

Aprender a decidir...algumas respostas inspiradas por uma orquestra sinfónica juvenil...a continuação da discussão.


Levado pelo mesmo espírito que me motivou na redacção do texto sobre a escola que publiquei no sábado passado, gostaria de citar uma dilecta amiga, professora, cuja visão da escola e do seu papel enquanto pedagoga fica bem patente, ao dizer:

«Cabe à escola: valorizar o saber-fazer, encarando a educação como um processo de construção da própria pessoa, das relações entre indivíduos, grupos e nações. Tal como nos refere a Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI, levando os indivíduos a "aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver em comum e aprender a ser”
(Delors, J., 1996 citado por Menezes, 1999, p. 11). "Só assim é possível transformar as escolas em comunidades críticas, reflexivas e questionadoras" (Trigo-Santos, 1996, p. 121)».

(Dulce Martins, 2007)


Referências Bibliográficas:

  • Menezes, I. (1999). Desenvolvimento Psicológico na Formação Pessoal e Social. Porto: Edições Asa.

  • Trigo-Santos, F. (1996). Atitudes e Crenças dos Professores do Ensino Secundário: satisfação, descontentamento e desgaste. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional

Gasparzinho

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA



Hoje estou feliz!

Estou feliz porque, diplomado pela Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, abracei com alegria a fusão da minha escola com as outras três Escolas Superiores de Enfermagem Públicas de Lisboa. Hoje inaugurou-se a

ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA

que é, posso dizê-lo, a minha nova escola. E dela faço parte, embora já enfermeiro, porque estive presente no seu passado e espero poder vir a fazer parte da sua actualidade e do seu futuro enquanto estudante, orientador de local de estágio e, mais tarde, quiçá outras andanças...
Quero então afirmar, com um grande sorriso nos lábios, que desejo tudo de bom para a minha nova escola e que faço votos para um futuro pleno de concretização científica, profissional e relacional para todos aqueles que a compõem.

UM ABRAÇO A TODOS OS ESTUDANTES, FUNCIONÁRIOS, PROFESSORES, COLEGAS ENFERMEIROS E RESTANTES PARCEIROS.

CONTEM COMIGO!


Gasparzinho

domingo, 23 de setembro de 2007

Comunicado ao leitor: Mudanças Outonais...

É chegado o Outono, talvez a minha estação do ano favorita. Com ele, toda a Natureza ganha novas cores. Por conseguinte, utilizando os meus "poderes" de administrador deste Blogue, venho, assim, apresentar-lhes o seu novo grafismo. Mas democrata que sou, deixo ao vosso critério, assim como ao dos meus colegas bloguers neste espaço, manifestarem a vossa opinião quanto a estas alterações.

Bem hajam!

Gasparzinho

sábado, 22 de setembro de 2007

Aprender a decidir...algumas respostas inspiradas por uma orquestra sinfónica juvenil.

Já que este blogue experiencia uma época particularmente musical, gostaria de partilhar com os distintos leitores e os meus queridos co-bloguers (ainda que, nos últimos tempos, este espaço ande mais às costas da minha querida Tia Donalda e das minhas, do que às de quaisquer outros) um momento que considero inspirador. Ora vejam:

Leonard Bernstein

WEST SIDE STORY
'Mambo'

La Sinfónica de la Juventud Venezolana Simón Bolívar (Venezuela)
Gustavo Dudamel
Auditório do Festival de Lucerna, 2007


Trata-se, na minha opinião, de uma das melhores orquestras mundiais e é composta por jovens que, num país que muitos apelidam de "terceiro-mundista", nos dão "cartadas" acerca do que é ser-se cultural e civicamente activo.
Sugiro que se implemente, no nosso país, uma política de verdadeira autonomia, isto é, que se abra o leque de opções para que as nossas crianças e os nossos jovens possam escolher e experimentar o máximo de vivências possível. Que possam, desde pequenos, "aprender a decidir" e "aprender a aventurar-se"...porque eu acredito que é na diversidade que nos conhecemos a nós mesmos e que construímos o nosso projecto de vida.
Aquilo que esta orquestra maravilhosa nos mostra é o mesmo que um clube de ciências, um clube de literatura, uma biblioteca gerida por estudantes, uma equipa de basquetebol escolar, um clube de pintura, uma ESCOLA ABERTA AO PÚBLICO (e não uma escola cuja porta só se abre quando o estudante, funcionário ou professor passam o seu cartão por um mecanismo semelhante ao de um cartão de crédito), um grupo de jovens que visita um lar de idosos, um centro de saúde que sai das suas portas e se mostra e convive com as pessoas de quem cuida, a disciplina "área de projecto" que se envolve num projecto de acção de beneficência, as aulas de português dadas na biblioteca municipal, as aulas de ciências da natureza no jardim zoológico, no jardim botânico, um horário escolar preenchido não apenas com as disciplinas que todos nós aprendemos desde há eternidades, mas com as actividades que o estudante escolheu e que GOSTA DE DESENVOLVER, nos fazem compreender...ou seja, que jovens com problemas de adaptação social, jovens com baixo sucesso escolar, com um projecto de vida demasiado dúbio e comprometido, devem, na maior parte das vezes (arrisco afirmá-lo), a um sistema de ensino e um sistema social obsoleto, que não lhes oferece os caminhos que lhes são particularmente adaptados e que, esses sim, lhes garantiriam um futuro feliz e harmonioso.
É preciso tornar a escola num espaço de criação, torná-la empreendedora, fazer com que abrace, verdadeiramente, a comunidade que serve e que a compõe. É preciso que a escola não se afaste da população com que se identifica. Não é seu papel ser uma "ilha" mas sim um ponto de convergência, de união, a partir do qual um povo se manifesta, se renova, cresce e se desenvolve, se alastra. Não é admissível que a escola negligencie o papel que ocupa na construção da identidade dos seus estudantes. Urge que a escola se envolva, se embrenhe, nos problemas na sua comunidade e que esta comunidade (composta por cidadãos que é) exija ocupar o seu lugar nesta caminhada. Cabe à escola instruir e compreender o papel que a instrução tem na educação de todos nós. Cabe-lhe ENSINAR A APRENDER e isso só pode ser feito desafiando a assunção da autonomia de cada um no seu projecto pessoal e comunitário (porque todos nós ocupamos um lugar no mundo).
De realçar que esta foi, talvez, a maior aprendizagem que realizei durante a faculdade e tenho pena tê-lo feito tão tarde...
É curioso, mas de facto, é na diversidade que, quiçá, a nossa sociedade encontrará o caminho para ultrapassar "as crises" de que tantas vezes se queixa.

E para descontrair e voltar a fazer pensar, aqui vai mais um presente musical:


Alberto Ginastera

MALAMBO

La Sinfónica de la Juventud Venezolana Simón Bolívar (Venezuela)
Gustavo Dudamel
Auditório do Festival de Lucerna, 2007

NOTA: Para ficar a conhecer um pouco melhor o PROJECTO SOCIAL que é esta orquestra, leia o texto neste link:

O "sistema" e a história da Orquestra Sinfónica Juvenil Simão Bolívar


Gasparzinho




domingo, 16 de setembro de 2007

Maria Callas...sons que ficaram para a história.

Giacomo Puccini

TOSCA
'Vissi d'arte'

Maria Callas (Tosca)
Tito Gobbi (Scarpia)
Royal Opera House, Covent Garden Orchestra
Carlo Felice Cillario (Maestro)
Royal Opera House, Covent Garden, 1964

Callas...30 anos.

Passados trinta anos da morte da "Divina", cumpre-me, seu fidelíssimo súbdito, recordar aquela que eu considero a maior voz de todos os tempos. Mais uma vez não se trata da melhor de todas as vozes. Tratava-se, mesmo, de um timbre feio, no fim dos seus dias, dissonante, quiçá estridente nos agudos, inconstante na qualidade ao longo do registo, de vibrato exagerado...mas, sempre, uma grande voz...a melhor à época, hoje e por muitos anos ainda.
Mas perante uma tal descrição, o que me leva a qualificá-la como "a melhor"? O que justifica o título de "Divina"? Socorro-me de um velhinho que todos conhecem, Giuseppe Verdi, que dizia preferir, para as suas ópera, vozes feias mas verdadeiras do que as mais belas mas dramaticamente inferiores. Verdi e Callas não foram contemporâneos, todavia não deixa de ser curioso tamanho paralelismo entre as palavras desse compositor maior e o soprano que Maria Callas foi (é). Porque não houve, até hoje, cantor que transferisse tanta verdade, tanta verosimilhança para o canto como o fez Maria. Torna-se tanto mais importante se atentarmos no facto da ópera ser, talvez, a mais improvável e inverosímil das manifestações dramático-teatrais: canta-se no lugar de falar.
Callas foi, então uma actriz maior, de uma simplicidade invulgares. E porque defendo para a arte o mesmo princípio das ciências que afirma ser mais válida, de entre duas opções que dão resposta à mesma questão, aquela que o fizer de um forma mais simples, reconheço o mérito desta figura, que não descurava um olhar, a posição das mãos, os passos em palco, os movimentos dos membros, da cabeça, a cenografia, os figurinos, a coordenação com os seus colegas, o número de ensaios necessários antes de cada apresentação...ou seja, defendia para si e para a arte, princípios estéticos dos quais não prescindia e que, mercê de interesses de vária ordem, a viriam a associar a títulos de diva (no mau sentido da palavra), intolerante, arrogante, entre outros adjectivos, quando, na minha opinião, ela se tratava de uma profissional sem paralelo.
Contudo, a verdade de que vos falava há pouco é tangível a um nível ainda mais profundo. Ela é observável (porque observação não se faz, somente, com os olhos) no meio que determina a inverosimilhança deste género artístico: a sua voz. As inflexões, as múltiplas tonalidades que conseguía traduzir no seu canto, as próprias deficiências e opções (à partida) erróneas quanto à técnica vocal com que interpretava, davam-lhe a capacidade camaleónica de interpretar papéis de raparigas de dezoito anos, de tuberculosas, de mães destroçadas, de ciganas incandescentes e de, numa mesma ópera emtrês actos, nos conseguir fazer sentir a evolução de uma personagem que no primeiro está feliz, no segundo contacta com a fatalidade do seu destino e no terceiro é colocada face à sua morte.
A sua capacidade faz-nos esquecer que falamos e não cantamos e que o amor também é cantado, assim como a ira, a angústia, a argúcia, a esperança, a saudade, o desespero, a perda, o desamparo, a maldade, a paixão, a coragem, a doçura, o desalento, o despeito, a perseverança...acreditem em mim quando digo que são raros os grandes cantores que possuam tamanho conjunto de matizes na sua voz...eu não conheço mais nenhum.

BRAVA CALLAS.


Gasparzinho

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Parabéns

Vincent van Gogh: AMENDOEIRA EM FLOR (1880)

Se te for possível fazê-o, pensa que em cada tonalidade, em cada cor, em cada matiz, em cada contraste se encontra um bocadinho do afecto que te guardo...

Um beijo enorme à minha Dininha.

Gasparzinho

domingo, 9 de setembro de 2007

Luciano Pavarotti...sons que ficaram para a história.

Giacomo Puccini

LA BOHÈME
'Che gelida Manina'

Luciano Pavarotti (Rodolfo)
Ileana Cotrubas (Mimi)
Orchestra del Teatro alla Scala
Carlos Kleiber (Maestro)
Teatro alla Scala, 1979


TURANDOT
'Nessun dorma'*

Luciano Pavarotti (Calaf)
Royal Philharmonic Orchestra

Kurt Herbert Adler (Maestro)
Royal Albert Hall, 1982


*Versão em concerto.

Gasparzinho

Luciano Pavarotti...pequena discografia aconselhada.

Mal grado a morte do maestro não ser, por si só, a principal justificação para se querer conhecer a sua obra (tomando o exemplo do abjecto costume português de se fazerem homenagens póstumas [apenas!!!] - estes últimos posts são, contraditoriamente, disso exemplos), gostaria de dar o meu contributo para a divulgação de algumas gravações essenciais que aconselho todos os nossos amáveis leitores a defrutar...aventurar-se:

...aconselho-vos, mesmo a seguírem a ordem que aqui vos apresento...isto porque o ouvido também precisa de maturidade para entender e descobrir a subtil beleza do complexo e complicado mundo da música erudita (infeliz o nome dado ao género, mas é o que temos):

  • Giacomo PUCCINI: LA BOHÈME; Mirella FRENI; Luciano PAVAROTTI; Rolando PANERAI; Elizabeth HARWOOD; Gianni MAFFEO; Nicolai GHIAUROV; Schoneberger Sangerknaben; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
  • Pietro MASCAGNI: L'AMICO FRITZ; Mirella FRENI; Luciano PAVAROTTI; Vicente SARDINERO; Royal Opera House Chorus and Orchestra, Covent Garden; GIANANDREA GAVAZZENI
  • Gaetano DONIZETTI: L'ELISIR D'AMORE; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Dominic COSSA; Spiro MALAS; Maria CASULA; Ambrosian Opera Chorus; English Chamber Orchestra; RICHARD BONYNGE
  • Gaetano DONIZETTI: LA FILLE DU RÉGIMENT; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Spiro MALAS; Monica SINCLAIR; Royal Opera House Chorus and Orchestra, Covent Garden; RICHARD BONYNGE
  • Gaetano DONIZETTI: LUCIA DI LAMMERMOOR; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Sherrill MILNES; Nicolai GHIAUROV; Royal Opera House Chorus and Orchestra, Covent Garden; RICHARD BONYNGE
  • Giacomo PUCCINI: TURANDOT; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Montserrat CABALLÉ; Nicolai GHIAUROV; Peter PEARS; John Alldis Choir; London Philharmonic Orchestra; ZUBIN MEHTA
  • Giuseppe VERDI: RIGOLETTO; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Sherrill MILNES; Ambrosian Opera Chorus; London Symphony Orchestra; RICHARD BONYNGE

Aqui ficam algumas sugestões para começarmos a recordar aquilo que Pavarotti foi e será, do ponto de vista da lírica.

Periodicamente trarei mais sugestões.

Boas escutas!

Gasparzinho

sábado, 8 de setembro de 2007

Pavarotti II

Foi hoje a enterrar um homem grande...UM GRANDE HOMEM.
Quando ouvi o anúncio da sua morte logo me lembrei do nosso companheiro Gasparzinho. Ele adiantou-se e escreveu um texto bastante bom sobre este SENHOR da lírica.
Não o conhecia apenas dos "três tenores" e realmente far-me-á falta como diz o meu amigo do post anterior. E não será apenas pela sua voz, mas por algumas coisas que ele representou: por ter aproximado a música dita erudita de um elevadíssimo número de pessoas, porque apesar de cantor lírico soube adaptar a sua voz a outras vertentes da música, chegando assim a camadas mais jovens da população.
Resta-nos a consolação de que apesar da sua morte poderemos continuar a ouvi-lo até ao fim dos nossos dias graças às novas tecnologias.
Oiçam-no e deleitem-se mesmo que alguns afirmem que cantava trechos que não estavam adaptados à sua voz...de qualquer forma os meus ouvidos não o ouvem assim.
Obrigado Pavarotti.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Luciano Pavarotti (1935-2007)

Parece-me a mim que, se Deus existir, o céu deve, neste momento, estar em silêncio para se fazer ouvir uma voz que a Terra perdeu ontem de madrugada. Não se trata de uma qualquer voz, nem, tão pouco, da melhor de todas as vozes. Não se trata de um herói, de um santo ou de um demónio. Não se trata de um virtuoso, ainda que nos brindasse, sempre que podia, com a sua virtude. Trata-se de alguém que viveu durante setenta e um anos junto de nós e que, tal como eu e o distinto leitor, tinha gostos, afectos, virtudes, defeitos, ambições, talentos, espírito criativo, perseverança...alguém que viveu a sua vida (e que vida!) e que procurou desfrutá-la o melhor que pôde, com todos os excessos a que teve direito, mas que soube sempre partilhar com quem precisava e, acredito, continuará a partilhar, mesmo depois de nos ter deixado "sós como cães" (fazendo aqui uso daquilo que disse quando o seu pai o "deixou").
Importa compreender quem sentirá o vazio deixado por este "gigante". Não serão somente os velhos ricaços e as velhas com casacos de pele e visôn ao pescoço, com vestidos e estola, os senhores engravatados e empertigados que, mesmo após quarenta anos a frequentar o teatro de ópera continuam a não dispensar a condução do camareiro até ao mesmo lugar que ocupam, temporada após temporada. É também a minha tia, que o conhecia dos "Três Tenores" e que, apesar do timbre cansado e envelhecido pelos anos, continua a dizer que ele é o melhor dos três e que o será sempre, muito embora os ditames da musicologia e ciências afins até digam que o senhor cantava um repertório que não era o mais indicado para as características da sua voz.
Pavarotti faz falta aos colegas do meu pai, que, embora nunca tenham ouvido uma ópera completa por ele interpretada, se recordam do "gordo de barbas negras, sorriso largo, e lenço branco na mão" que cantou com Bono Vox, Bon Jovi, Spice Girls, Tracy Chapman e tantos outros...que cantou a Miss Sarajevo com os U2 quando a guerra na Bósnia Herzgovina era uma presença constante nos telejornais e tantas Miss Sarajevo morriam diariamente.
Pavarotti faz falta às crianças da Bósnia Herzgovina, Guatemala, Kosovo, Libéria, Cambodja, Tibete...e faz falta a tantas outras crianças da guerra que viria a continuar a ajudar. Pavarotti exigia cachêts milionários sempre que cantava: sempre os mereceu e nunca os recusou...mas também deu tanto! Serviu-se do seu estatuto de super-estrela (como nem Maria Callas foi) e fez aquilo que tantos de nós poderiam fazer (não à mesma escala, claro) e não fazem.
Pavarotti faz falta aos seus amigos e à sua família, aos seus colegas, à Música e ao Mundo.
Pavarotti faz-me falta a mim porque, embora ele não seja, na minha opinião, o melhor tenor de todos os tempos, é, com certeza, o maior cantor de todos os tempos...correndo o risco de entrar em contradição. Isto é, ele foi o primeiro tenor que eu venerei e continuo a venerar. Mas no meu percurso fui encontrando outros que me cativaram mais, todavia nenhum deles foi "maior do que a vida", "maior do que a ópera"...Luciano foi-o.

Aqui fica a mensagem de alguém que não está triste pela morte de Pavarotti, mas que celebra a sua vida, a sua maravilhosa e gloriosa vida e que continuará a encantar-se pela forma inconfundivelmente galante com que cantava os pianissimi, os legati, os portamenti e, sempre que podia, nos bombardeava (no bom sentido) com um Dó agudo fenomenal para logo a seguir abrir os seus longos braços e nos abraçar enquanto berrávamos e aplaudíamos como loucos.

Até sempre...ou melhor:

BRAVO LUCIANO!!!


Gasparzinho




domingo, 22 de julho de 2007

Mensagem a uma das Raízes da Árvore das nossas Vidas...

Gustav Klimt: A ÁRVORE DA VIDA (1909)



Cara TIA DONALDA, nossa MESTRE, NOSSO MODELO, NOSSA COLEGA, NOSSA MADRINHA, MINHA ILUSTRE VIZINHA e, sobretudo, NOSSA AMIGA:





Agradecemos-lhe todo o afecto que nos guarda...todos os lanches e as intermináveis, mas sem dúvida, agradáveis conversas no bar da escola...as boleias para casa...os conselhos...a conversa e atenção que me dispensou no primeiro ano quando as coisas estavam muito difícieis...o "apoio de bastidores" à minha Cláudia "Gomes"- 21, o "apoio de bastidores" no "Posto de Saúde" cá da nossa terra (lololol)...ter sempre acreditado em nós...as suas gargalhadas...as suas chamadas de atenção...o seu apoio no "Conselho" quando alguns "dos nossos" estavam em dificuldade...o seu apoio e conselho no início do ano, quando o caos reinava no grupo de finalistas...ter estado conosco ontem, na nossa festa...ter estado presente sempre...


Por tudo isto permita-me dizer-lhe que é com saudade que, acredite, a recordarei (e recordaremos todos os que terminaram esta primeira etapa) com imenso carinho e nostalgia, porque foi uma parte essencial para um dos períodos mais felizes e importantes da minha (e da nossa) vida.


Obrigado por tudo!


Um abraço grande e apertado para a Tia Donalda.

sábado, 21 de julho de 2007

O final desta jornada

Há muito tempo que ninguém vem a este blog. Hoje há uma razão especial: parabéns aos distintos bloguistas que ontem terminaram o seu Curso.
Espero que agora, com um pouco mais de tempo livre, e com muitas novidades para contar nos voltemos a encontrar nesta Tertúlia Virtual.
Beijos

sábado, 19 de maio de 2007

PARABÉNS!

A todos os que hoje são abençoados, em particular para os meus queridos padrinhos do 5º CLE da ESEMFR os meus parabéns! O valor das coisas vê-se pelo caminho que temos de as percorrer para as atingir.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Hoje é dia de festa.



Hoje é dia de festa...porque celebramos a LIBERDADE. Devemos isso a algumas mulheres e homens ( poucos...mas combativos, persistentes e que acreditaram ), que permitiram que nós pudessemos viver como hoje o fazemos. Para que não se esqueçam estas pessoas aconselho a leitura do livro "POR TEU LIVRE PENSAMENTO. Histórias de 25 ex-presos políticos portugueses" de dois autores nascidos já depois do 25 de Abril. Estes jovens dizem "ao aperceber-me de que a minha geração pouco ou nada sabia sobre o que tinha acontecido durante a ditadura de Salazar comecei a interessar-me, a investigar e decidi que tinha de fazer alguma coisa para guardar o registo dessas pessoas, as memórias...". Para os membros deste blog que lhe queiram dar uma espreitadela, tenho um à disposição.


Ouvi hoje parte dos discursos que os nossos políticos proferiram na Assembleia da República. Fez-me alguma confusão que alguns deputados tivessem preferido falar do que consideram mal no país, em vez de celebrarem um dia tão importante para todos os portugueses (mesmo para aqueles que não gostam deste dia...). Sobretudo tenho pena que não me reveja nas palavras do Presidente. Já não é a primeira vez que este facto acontece, e também não me admira muito que não esteja de acordo com ele, pois estou bastante longe do seu projecto de sociedade. De qualquer maneira deixou-me triste. Será que o Sr. Presidente acha que o futuro se faz sem presente e sobretudo sem passado? Só há este presente e só é possível um outro futuro para os jovens (e não só), porque houve um passado que não se pode esquecer.


Aqui fica a humilde opinião de uma mulher que apesar de nunca ter tido a coragem de lutar activamente contra a ditadura, também nunca a apoiou.

sábado, 14 de abril de 2007

Da Guerra à Alegria...

Hoje não vos trago um texto escrito por mim, mas sim por um senhor que já morrer há muitos anos e cujas palavras são património de toda a humanidade.
Já há cerca de duzentos anos o eram, quando Ludwig van Beethoven compôs a sua derradeira sinfonia, outro documento fruto do génio humano, ético e estético ao qual todos podemos aspirar.
Deixo-vos, então, a tradução da "Ode à Alegria", escrita por Friedrich von Schiller, para que os menos afortunados, como eu, que não compreendem a língua germânica, possam aceder, ainda que enviesadamente, à beleza do ídílio de paz que o autor tão bem comunicou e que Beethoven fez ascender ao Divino, quando a incluíu no último andamento da sua 9.ª Sinfonia, "Coral"...


(Barítono)
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!

(Barítonos, solistas e coro)
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detem.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!

(Tenor solo e coro)
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.

(Coro)
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora.

Tradução de Arnaldo Poesia

http://www.starnews2001.com.br/odeschiller.html


Um desafio aos Tertulianos: escrevamos um pouco sobre a Guerra e a Paz e vejamos onde esta dissertação nos conduz...
Para os curiosos, recomendo a divina e universal versão que o "divino" Wilhelm Furtwängler conduziu, em 1951, na re-abertura do Festival de Bayreuth (Alemanha), e que é, ainda hoje, um símbolo da reconciliação da Alemanha, consigo mesma e com o Mundo, depois do horror da II Grande Guerra Mundial. Façamos deste símbolo um marco também para nós, contemporâneos, para que, de uma vez por todas, os poderosos compreendam que a resposta à violência não é, não pode ser, a violência. A morte e a destruição não fazem sentido e, por isso, TÊM que dar lugar à alegria da PAZ.

CD:

  • Elisabeth SCHWARZKOPF; Elisabeth HÖNGEN; Hans HOPF; Otto EDELMANN; Chor und Orchester de Bayreuther Festspiele; WILHELM FURTWÄNGLER

Outras gravações em CD que recomendo:

  • Anna TOMOWA-SINTOW; Agnes BALTSA; Peter SCHREIER; Jose VAN DAM; Wiener Singverein; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
  • Gundula JANOWITZ; Hilde RÖSELL-MAJDAM; Waldemar KMENTT; Walter BERRY; Wiener Singverein; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
  • Jessye NORMAN; Brigitte FASSBAENDER; Placido DOMINGO; Walter BERRY; Konzertvereinigung; Wiener Staatsopernchor; Wiener Philharmoniker; KARL BÖHM

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Aconselho vivamente...

Às terças-feiras à noite, na televisão pública, logo a seguir ao Telejornal , dá um programa que aconselho vivamente a verem. Trata-se de uma série feita pelo sociólogo António Barreto, que falando de vários temas (ontem foi sobre a emigração dos portugueses do campo para as grandes cidades), nos põe a par de como era Portugal há 2 ou 3 décadas. E porque é que aconselho? Porque muitas vezes quando falamos do nosso país, da "desgraça" que ele é, de tudo o que de mal ainda por cá se faz, da distância a que estamos do resto da Europa...etc, etc, esquecemos com muita facilidade de que ponto partimos há 30 anos. Apesar de eu achar que em muitas coisas podíamos estar melhor, muito melhor, digo-vos com toda a sinceridade que há coisas que não se mudam radicalmente em tão poucos anos.

sábado, 31 de março de 2007

Giuseppe Verdi: MESSA DA REQUIEM. CCB, 30 de Março de 2007

Já que, depois do maravilhoso concerto ao qual assisti ontem no Centro Cultural de Belém (CCB), não encontro, hoje, na comunicação social qualquer referência ao mesmo, venho, desta feita, aventurar-me no processo de análise daquilo que ouvi e vi, aliás, em excelente companhia.

Importa ressalvar que este texto não se constituirá como uma crítica musicológica científica, exacta e absolutamente fidedigna. Trata-se, sim, do meu sentir, enquanto ouvinte deste tipo de música, sem conhecimento teórico, apenas alguém que gosta de música e que tem um ouvido ainda muito inexperiente.

Comecemos por apresentar os intérpretes:

Soprano: Dimitra Theodossiou

Meio-Soprano: Gloria Scalchi

Tenor: Fabio Sartori

Baixo: Maurizio Muraro

Coro do Teatro Nacional de São Carlos, sob a direcção do maestro titular Giovanni Andreoli

Coral Lisboa Cantat, sob a direcção do maestro titular Jorge Carvalho Alves

Orquestra Sinfónica Portuguesa

Direcção Musical do maestro Donato Renzetti.

Do ponto de vista geral, tratou-se de uma interpretação muito equilibrada no que concerne às dinâmicas, tempo e cores.

Destacar o início do Introitus, com um arrepiante pianissimo pelas cordas e uma coordenação entre todos os executantes (característica, aliás de toda a interpretação). Uma harmonia sonora reveladora de uma maturidade musical característica de uma orquestra experiente e que recebo com grande alegria. Já no Dies Irae, bem como no Tuba Mirum, de destacar a força de uma secção de metais e percussão, mais uma vez muito coerente com a prestação, em fortíssimo dos Coros. Pianos súbitos fantásticos (mérito, também, da brilhante condução de Donato Renzetti) a introduzirem o Baixo Maurizio Muraro que cumpriu com as obrigações da partitura, sem no entanto, e na minha opinião, se destacar. Quanto ao Liber Scriptus proferetur (para mim, a grande prova da meio-soprano ao longo de toda a obra) foi interpretado por Gloria Scalchi com aparentes dificuldades de projecção da voz, resultado, quiçá de uma má adaptação à acústica da sala, ou a uma voz que me pareceu pouco cheia no registo grave e que, por isso, se dissolvia no meio dos vários mezzo-forte e fortissimi da orquestra ao longo de toda a obra. Pena que tenha sentido a necessidade de prescindir dos vibrati, em passagens de registo agudo forte. Para Verdi são imprescindíveis cantoras com timbres mais escuros e redondos, naturalmente, com um registo médio e grave bem sustentados.

Quanto ao Ingemisco, Fabio Sartori interpretou-o com facilidade e boa projecção vocal. Obviamente que o meu ouvido, habituado a ouvir o Requiem em disco e, como tal, através de vozes como as de Pavarotti, di Stefano, entre outros, sente falta de timbres com mais cores e beleza. No entanto, Sartori desempenhou as suas passagens com honestidade e facilidade, mesmo no registo mais agudo e piano.

Gostava, agora, de fazer referência a Dimitra Theodossiou, soprano que temos a felicidade de receber, muitas vezes ao longo da temporada, em São Carlos. Referi atrás que Verdi carecia de vozes escuras e redondas. Este soprano tem, de facto, essas qualidades. Confesso, todavia que me assustei um pouco ao ouvi-la e, depois de reler o seu repertório habitual ainda fiquei mais assustado. A voz tem vindo a ganhar peso e a escurecer, ao mesmo tempo que, na minha opinião (repito: que é falível) ganha um certo descontrolo sobre o vibrato que imprime, nomeadamente, aos agudos, gerando-lhe algumas dificuldades na acuidade da afinação em momentos em que a claridade da nota, mais uma vez em agudo pianissimo, é essencial (refiro-me, mais especificamente ao Libera me). À parte destes pormenores, trata-se de uma timbre muito belo, provavelmente o mais belo dos quatro cantores que se nos apresentaram ontem à noite (se é que é legítimo comparar timbres de tessituras distintas).

Creio, à parte de tudo isto, que as grandes estrelas da noite foram a nossa Sinfónica e os coros e, sobretudo, o maestro. Destaca-se a qualidade dos metais e dos excelentes percussionistas, assim como a doçura das cordas, em especial o concertino, que, na sua curta prestação em solo, já fez valer a noite. É com regozijo e grande orgulho que verifico a excelência da execução da nossa principal orquestra nacional, assim como os dois Coros, ambos conduzidos pela batuta de Renzetti que, nas várias vezes que o escutei em São Carlos nunca me desiludiu. Muito positiva a decisão de o termos como Primeiro Maestro Convidado no Teatro Nacional de São Carlos...prenúncio de muito sucesso e desenvolvimento musical.

Resta-me agradecer à companhia que me (passo o pleonasmo) acompanhou e que espero ter apreciado o momento tanto ou mais do que eu...foi importante.

Que se repita!

Interpretações recomendadas:

CDs:

DVDs:

  • Angela GHEORGHIU; Daniela BARCELLONA; Roberto ALAGNA; Julian KONSTANTINOV; Swedish Radio Chorus; Eric Ericsson Chamber Choir; Orfeón Donostiarra; Berliner Philharmoniker; CLAUDIO ABBADO
  • Leontyne PRICE; Fiorenza COSSOTTO; Luciano PAVAROTTI; Nicolai GHIAUROV; Coro del Teatro alla Scala; Orchestra del Teatro alla Scala; HERBERT VON KARAJAN
  • Anna TOMOWA-SINTOW; Agnes BALTSA; Jose CARRERAS; Jose VAN DAM; Wiener Staatsopernchor; Wiener Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN

segunda-feira, 26 de março de 2007

Protesto...

EU PROTESTO!
Não deixem morrer as boas memórias... o tempo em que fomos unidos porque acreditávamos: aí eramos fortes. A pobreza dum povo vê-se na incapacidade de lidar com o seu desespero...Por favor não desistam....
Bem-haja aos que não o fazem...

COMO?!


Alguém é capaz de me explicar como é que esta "besta" representa o que de "MAIOR" há em ser PORTUGUÊS?


Na minha opinião, ele não foi o MAIOR PORTUGUÊS de todos os tempos, mas talvez tenha sido das MAIORES BESTAS que este país já criou...tenho medo que qualquer dia apareça outro como ele...


Já agora... vou começando a montar a lista dos MAIORES EUROPEUS possíveis, para quando se der a eleição a um nível continental... quanto ao MAIOR MUNDIAL também existem uns quantos... se precisarem também se arranjam as fotos deles...

P.S.: Desculpem o nível das minhas palavras mas não podia deixar passar este momento triste da nossa vida colectiva.

Para os que votaram nele e, assim, desonraram e desrespeitaram todos os que têm vindo, ao longo da história da Humanidade, a lutar contra o despotismo ditatorial e a defender os Direitos Humanos, leiam o texto de 8 de Março da Tertúlia "A propósito da eleição do maior português..."... pode ser que tomem consciência daquilo que fizeram (por uma vez na vida!!!).

quinta-feira, 22 de março de 2007

Raízes

A vida é mesmo assim: vamos ganhando mais raízes, folhas, flores (22) e finalmente frutos...Felizmente vou ganhando raízes com os melhores.
"Macieira I"
Gustav Klimt
Paulo, porque o nome revela bom gosto (amante equestre) , é apelido de campeão, brilha reluzentemente, o nosso Gasparzinho está de parabéns!

Fecho os olhos e adormeço...

"Sabes meu pai às vezes doí não te ter tão perto, não sentir a tua presença, não te ter junto a mim. Mas quando voltas enches-me o peito de alegria, fazes-me companhia, e não me deixas esquecer como o mundo é bom. Vejo os teus olhos já cansados, duma vida tão esgotada mas a tua mão meio calejada ainda tem o mesmo dom do toque firme e meigo que não encontro em mais ninguém.
É nos dias que não te vejo, nas horas que ganho a contar os minutos para te ver que penso no mundo e no que ele me tem para oferecer: eis que tu chegas revolucionas tudo e mostras-me que mais importante é o que eu posso dar.
Suspiro. É na brisa do mar que te oiço voltar. No nascer do sol. No vento da primavera. Na água deste rio que houve os meus lamúrios e se torna salgado com as lágrimas que caem do meu rosto. E são tantas, às vezes.
Quero-te aqui para sempre. Só tu, e aquela musa que teve o poder de te encantar e depois de me conceber, me acolhem sem questionar, sem cobrar, sem eu pedir, mas com muito amor."

Já veio tarde mas é sentido: para todos os pais que não se limitam a ter o título mas que fazem por merecê-lo. O meu bem haja.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Parabéns ESEMFR...até sempre!


PARABÉNS À NOSSA ESCOLA...

... que amanhã faz anos. Obrigado a todos por tudo! Bons e maus momentos contribuíram para que todos crescessemos...e conseguimos! Espaço que foi casa durante quatro anos, espaço onde fomos, somos e seremos família...enquanto houver Resendeiros!
A todos os que contribuíram para aquilo que somos hoje um enorme abraço e fica o voto para que a nova Escola Superior de Enfermagem de Lisboa siga os passos da nossa pequenina mas, ao mesmo tempo, enorme
Escola Superior de Enfermagem Maria Fernanda Resende.

Um abraço a todos os amigos que criámos ao longo destes anos e um abraço especial a todos os membros da Tertúlia que, unidos pela amizade, perdurarão, para sempre na nossa memória.

Fernando Pessoa...um grande português.


Há uns meses recebi de um amigo este email, que agora partilho convosco. Este texto foi escrito por Fernando Pessoa, um grande escritor português, de que devemos orgulhar-nos.


"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus em cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que seja injusta.


Pedras no caminho? Guardo-as todas! Um dia vou construir um castelo"


Até amanhã na nossa festa. Agradeçamos porque ainda temos oportunidade de festejar o último Dia da Escola Maria Fernanda Resende.



domingo, 11 de março de 2007

Parabéns a Lord Baden-Powell...velhinho mas presente.


Não sou nem escuteiro nem escoteiro, mas conheço quem o seja, gente que me falou, com imenso carinho e admiração da figura que foi e é Baden-Powell. Pelo exemplo moral e ético que ele representa, aqui fica a homenagem da Tertúlia a um grande CIDADÃO: BADEN-POWELL, fundador, há 100 anos atrás, do maior movimento cívico do mundo.
Para quem quer saber mais, pode ler o texto anterior.

Um grande amigo e companheiro...


Gostava hoje de vos falar de "um grande AMIGO" meu. Nasceu há 150 anos e fundou o Movimento escutista há 100. Perguntarão vocês: qual a importância de falar deste movimento? A quem é que isto interessa? Pois então se não estiverem com vontade de ler sobre isto, passem à frente!. Achei interessante falar sobre este assunto, pois 100 anos de história é muito ano, e com certeza que será curioso conhecer alguma coisa sobre este tema. Estima-se que ao longo de um século tenham passado pelas fileiras deste movimento mais de 500 milhões de crianças, jovens e adultos. Actualmente somos 28 milhões de membros espalhados por 216 países do mundo. Segundo Frederico Mayor - Director Geral da UNESCO (1995) o escutismo "constitui uma das maiores redes multiculturais e multiconfessionais para a educação e para a acção dos jovens no desenvolvimento da paz, da tolerância e da solidariedade.Com esta dimensão é com toda a certeza um movimento que de alguma forma nos desperta curiosidade...ou não?
Baden-Powell, ou BP como lhe chamam carinhosamente os escuteiros/escoteiros, era um Lorde inglês, militar de carreira, que no fim da sua vida profissional resolveu dedicar o seu tempo a um movimento de educação de jovens: inicialmente só para rapazes mas dois anos depois também para raparigas. Passo-lhe a palavra. "Um escuteiro genuíno é tido pelos outros rapazes e pelos adultos por pessoa em quem se pode confiar, pessoa que não deixará de cumprir o seu dever...pessoa que se mostra alegre e bem disposta, por maiores que sejam as dificuldades que se lhe deparam".
Na sua última mensagem, escrita algum tempo antes de morrer com 84 anos, deixou-nos palavras muito sábias:
" Contentai-vos com o que tendes e tirai dele o melhor proveito que puderdes. Vede sempre o lado melhor das coisas e não o pior.
Mas o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros. Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e, quando vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível para praticar o bem."
Digam lá se não vale a pena ser fã de BP.

sábado, 10 de março de 2007

Super Bock Bruno Referendo

Porque também a super bock reconheceu a apatia portuguesa. Porque se indignou com isso e criou sabores novos.
Porque a cerveja sem álcool é mais pedagógica. Porque há escolas que têm coragem de a ter no bar e principalmente porque eu gosto de pessego e quero convidar todos a brindar a este blog que me deixa cada vez mais feliz pareceu-me que a Super Bock seria quase perfeita. (e não tenho comissão)

A mensagem é o que importa. Na hora da verdade nínguem lá está, poucos se indignam, poucos protestam. Um mundo quase perfeito. Falta o quase...
Estamos a tentar fazê-lo.
Bem-haja a todos.
By Dininha

sexta-feira, 9 de março de 2007

"É Norma!"


Caros amigos, devo dizer que não fui dotada de grande jeito para “bem escrever”, ou antes, para escrever de uma forma bonita!, mesmo assim, ouso partilhar convosco algumas coisas que me inquietaram hoje... e porque acho que, antes de bem escrever, devo ousar e criar, e porque acho que há que ser criativa! (homenageando o meu outro amigo! =p o criativo! (Dário))... aqui vai!...

Hoje vi tanta coisa... umas boas... outras menos boas... e outras mesmo más... mas vi! Não só vi como também observei... e por isso ouso estar aqui a escrever...

Vi pessoas a rir alto...

Vi outras a se acomodar...

Vi crianças a saltar, correr, brincar...

Vi alguém a gritar e a reclamar...

Vi outro alguém a chorar discretamente, mas não o suficientemente discreto para que eu não reparasse...

E vi ainda outro alguém “quase” a abandonar a vida, ou se preferirem...a morrer...

Vi tanta tanta coisa... mas tanta coisa... que me é quase impossível descrever aqui e através de palavras... há coisas que só se sentem! Houve ainda outras coisas que eventualmente não vi... e outras que gostaria de não ter visto... MAS VI!

Como típica portuguesa... vou começar por aquilo que vi e que não gostaria de ter visto! Se bem que se não tivesse visto, não me estaria a questionar... enfim... algumas incongruências do meu pensamento... (ou não!) mas que faz parte...

Ía eu com a minha caríssima amiga Sofia rumo ao “nosso” Hospital São Francisco Xavier... para mais umas horas de observação de relações... quando, e por engano, em Algés, apanhámos a camioneta certa mas com o sentido para Belém, contrário ao que desejávamos... (estão neste momento a pensar, aqueles que me conhecem, nomeadamente o Gasparzinho e “o criativo”:“é normal Cláudia Sofia...tens sentido de orientação quase nulo!”lol)... chegando a Belém (e já nos tendo questionado, pelo caminho, que eventualmente estaríamos erradas..) permanecemos dentro da camioneta enquanto toda a gente saía... o condutor muito prontamente disse: “esta é a ultima paragem!” (aos “berros” do inicio da camioneta, estando nós na ultima filinha). Explicámos ao senhor, que nos tínhamos enganado e que iríamos continuar naquela camioneta para realizarmos o percurso inverso (que eram apenas três paragens!)... ao que o Sr. Motorista responde (e ainda aos “berros” e de lá da frente): “mas as meninas têm que sair e voltar a entrar...”. assim o fizemos pensando nós que a camioneta iria ficar “parada”, a “cumprir horário de espera”... mas NÃO! Lol saímos da camioneta às 15h 39min 16seg e (re) entrámos às 15h 39min 40seg! obviamente que entrámos e esboçámos um sorriso irónico!! Ao que o Sr. Motorista respondeu: “É norma do sistema!! As pessoas têm que sair na última paragem!
...e eu pergunto-me: será que este homem, eventualmente trabalhador há já tantos anos (pelo seu aspecto físico..), se questionou do porquê dessa norma? Lol Será que essa norma faz sentido neste caso em que já tínhamos mostrado o “titulo de transporte” (Gasparzinho, 2007), quando entrámos em Algés, e a camioneta não iria ficar parada a cumprir horário de espera? Pois é... MAS É NORMA!

Meus amigos...”reparem” (Rosa, 2007)... eu faço um apelo à vossa capacidade crítica...não se acomodem à norma... à regra... ao protocolo... aos facilitismos da vida... QUESTIONEM-SE! PENSEM! INDIGNEM-SE! RECLAMEM! MAS NÃO FIQUEM “PARALISADOS”... DETESTO A APATIA E A ACOMODAÇÃO! DESTESTEM TAMBÉM VOCÊS!! E NÃO ME DIGAM, SEM SER BEM FUNDAMENTADO, “É NORMA DO SISTEMA!”... é norma... mas depois arriscam-se a cair na incongruência... ao não cumprirem com a “norma” do código da estrada (como esse Sr. Motorista) ao não parar na passadeira para uma pessoa atravessar! Sr. MOTORISTA...onde é que pára a norma?????SEJA CRÍTICO!! INDAGUE E SEJA FELIZ!

Beijo Cláudia Sofia



quinta-feira, 8 de março de 2007

Vinte e um anos depois do início da discussão em parlamento, as mulheres podem, finalmente, escolher!


Hoje é dia da Mulher.

Já perguntei a várias mulheres se gostam da ideia de terem um dia específico para o seu género. Apenas uma me respondeu que sim e justificou-o: "Sim, enquanto o dia for preciso!". Pessoalmente, a minha posição habitual face a eventos como este não é muito confortável, da mesma forma que não convivo bem com a ideia de existirem "quotas" de deputados ao parlamento. As minhas razões prendem-se com o facto de eu crer que um lugar só deve ser preenchido por alguém eleito por provas dadas em termos de competência durante o exercício das suas funções.
Contudo, a resposta daquela Mulher ecoou na minha cabeça: "...enquanto for preciso".
Sou demasiado novo e inexperiente para perceber o que é que ela queria dizer com isto. Não tenho nenhuma experiência profissional, sempre fui "filhinho dos papás" e não posso dizer que tenha tido que lutar seja pelo que for. Não sou um conformado, mas, de facto, pertenço a uma geração privilegiada. Sempre tive liberdade, os meus pais sempre tiveram um (bom) emprego e sempre procuraram satisfazer os meus caprichos. Sou-lhes agradecido por isso. Isto tem, todavia, um revés e repito-o: nunca tive que lutar por nada. Para além dos aspectos materiais, os meus pais sempre tiveram uma mente muito aberta. Sempre estiveram cientes daquilo que fizeram quando tinham a minha idade e, por isso, dão-me confiança para sair à vontade com os meus amigos sempre que eu quiser. Também é verdade que eu "sou de confiança". As minhas loucuras não são nem muitas, nem muito loucas (passo o pleonasmo).
Qual é a minha reflexão disto que vos escrevi?
De facto, os meus pais têm uma mente muito aberta e acham importante que eu saia de casa e esteja com os meus amigos. Não posso, de todo em todo, deixar de olhar para os exemplos de algumas colegas minhas, cujos pais não as deixam sair de casa com a mesma facilidade dos meus. Claro que as ruas são perigosas, não obstante parece-me que se elas fossem rapazes as coisas seriam, talvez, mais fáceis...
Este é, à escala da realidade dos jovens de hoje em dia, um dos exemplos da diferenciação que constato existir no tratamento das pessoas entre rapazes e raparigas.
Um segundo problema passa-se dentro da profissão que, dentro de alguns meses, será a minha: Enfermagem. É uma profissão, cuja origem se encontra em cuidados prestados por mulheres e que, na minha, ainda, incipiente visão, só se têm vindo a "prejudicar" sempre que os homens se metem "ao barulho". Não que não tenham havido grandes enfermeiros homens ou (permitam-me que corrija - façamos jus às fundadoras) "enfermeiras" homens (mesmo que isto vá contra as regras da língua portuguesa - as enfermeiras não se dão bem com regras que não sirvam os seres humanos por não serem pensadas!) - o meu avô foi um deles! Todavia, correntes paternalistas, normalmente encabeçadas pelo poderio masculino, têm vindo, positivamente, a agrilhoar, ao longo dos vários séculos de Ciência, a nobreza e o que há de mais telúrico desta profissão e arte...e ciência! Os seus utentes continuam, amiúde, a tratá-las utilizando a expressão "Menina" ao passo que a mim, ainda que eu os esclareça nesse exacto momento da minha condição de Estudante, não têm nenhum pejo em utilizar "Sr. Enfermeiro" ou, por vezes, um pomposo "Sr. Dr." (quando, em vez da farda, envergo a bata branca). Não me interpretem mal, mas a importância do "Sra. Enfermeira" consubstancia o reconhecimento devido a Um Ser Humano que presta cuidados e que desenvolve actividades que não têm género e que são resultado, neste momento de, pelo menos quatro anos de formação superior, com conhecimentos traduzidos em competências, fundamentados em princípios científicos, tão válidos como os da Física ou da Matemática ou da Medicina. A "Sra. Enfermeira" não é simpática, não é querida, não é amorosa, não é uma Menina...é uma Profissional, cuja simpatia, empatia, afecto, humor (entre outras competências/dimensões relacionais) são a tradução daquilo que consubstancia a sua principal técnica: a Relação Interpessoal.
Para mim, a Mulher não é a árvore, não é o fruto, não é a semente...ela é todo o Planeta! Ela é os grãos da própria terra que agarro no campo, a água do mar e do rio. A Mulher é o firmamento...o cosmos. É dela que tudo nasce...é do planeta que tudo nasce...da terra. Ela é a origem.
Hoje é Dia Internacional da Mulher. Hoje a Mulher libertou-se, em Portugal, de mais uma algema do poderio masculino. A partir de hoje a Mulher pode escolher interromper a gravidez que NÃO PODE prosseguir, mas que, acredito, NÃO QUERER interromper.
Esta é a minha forma de homenagear a Mulher, num dia que eu gostaria, no próximo ano, já não ser preciso.
P.S.: BEM-VINDA STEPH.