sábado, 22 de dezembro de 2007
domingo, 25 de novembro de 2007
Sondagem - Eleições para a Ordem dos Enfermeiros 2008- 2011 (ALTERAÇÃO)
Temos por objectivo promover a participação dos nossos colegas enfermeiros nestas eleições para que a lista eleita tenha legitimidade e representatividade junto das entidades responsáveis pela Saúde no nosso país e que condicionam, concomitantemente, a profissão de Enfermagem e a Saúde em Portugal.
Se for enfermeiro dê o seu contributo à nossa sondagem (de acordo com a Secção Regional da OE a que pertence) e exerça o seu direito e dever de votar no dia 13 de Dezembro, enquanto cidadão e enfermeiro em Portugal!
Bem hajam.
Ordem dos Enfermeiros - Eleições 2008-2011
Poderão aceder a informações oficiais através do link: INFORMAÇÕES SOBRE AS ELEIÇÕES PARA OS ÓRGÃOS SOCIAIS DA ORDEM DOS ENFERMEIROS.
EU VOU VOTAR!
Gasparzinho
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
"A GIRL LIKE ME"...Do racismo e xenofobia.
Kiri Davis (realização)
Reel Works Teen Filmmaking (produção)
Estados Unidos da América, 2005
Este filme foi realizado por uma estudante liceal norte-americana, repetindo um exercício originalmente colocado em prática a meio do século XX. Os resultados foram (assustadoramente) semelhantes.
Dá que pensar...
Gasparzinho
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Conselho do dia:
domingo, 7 de outubro de 2007
Ella Fitzgerald e Dinah Shore
'BLUES' MEDLEY
Ella Fitzgerald
Dinah Shore
"The Dinah Shore Show"
Gasparzinho
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Something to live for...
A escolha do tema não é, para os que me conhecem, uma surpresa...atenção ao que é cantado e deliciem-se.
'SOMETHING TO LIVE FOR' e 'JAZZ SAMBA'
Ella Fitzgerald
Duke Ellington
Duke Ellington Orchestra
Festival de Côte d'Azur , 1966
Gasparzinho
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Pedro Santana Lopes no seu melhor...
Não se esqueça de votar na sondagem. Obrigado.
Gasparzinho
Aprender a decidir...algumas respostas inspiradas por uma orquestra sinfónica juvenil...a continuação da discussão.
«Cabe à escola: valorizar o saber-fazer, encarando a educação como um processo de construção da própria pessoa, das relações entre indivíduos, grupos e nações. Tal como nos refere a Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI, levando os indivíduos a "aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver em comum e aprender a ser” (Delors, J., 1996 citado por Menezes, 1999, p. 11). "Só assim é possível transformar as escolas em comunidades críticas, reflexivas e questionadoras" (Trigo-Santos, 1996, p. 121)».
(Dulce Martins, 2007)
- Menezes, I. (1999). Desenvolvimento Psicológico na Formação Pessoal e Social. Porto: Edições Asa.
- Trigo-Santos, F. (1996). Atitudes e Crenças dos Professores do Ensino Secundário: satisfação, descontentamento e desgaste. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional
Gasparzinho
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA
Estou feliz porque, diplomado pela Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, abracei com alegria a fusão da minha escola com as outras três Escolas Superiores de Enfermagem Públicas de Lisboa. Hoje inaugurou-se a
ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA
que é, posso dizê-lo, a minha nova escola. E dela faço parte, embora já enfermeiro, porque estive presente no seu passado e espero poder vir a fazer parte da sua actualidade e do seu futuro enquanto estudante, orientador de local de estágio e, mais tarde, quiçá outras andanças...
Quero então afirmar, com um grande sorriso nos lábios, que desejo tudo de bom para a minha nova escola e que faço votos para um futuro pleno de concretização científica, profissional e relacional para todos aqueles que a compõem.
UM ABRAÇO A TODOS OS ESTUDANTES, FUNCIONÁRIOS, PROFESSORES, COLEGAS ENFERMEIROS E RESTANTES PARCEIROS.
CONTEM COMIGO!
Gasparzinho
domingo, 23 de setembro de 2007
Comunicado ao leitor: Mudanças Outonais...
Bem hajam!
Gasparzinho
sábado, 22 de setembro de 2007
Aprender a decidir...algumas respostas inspiradas por uma orquestra sinfónica juvenil.
Leonard Bernstein
WEST SIDE STORY
'Mambo'
La Sinfónica de la Juventud Venezolana Simón Bolívar (Venezuela)
Gustavo Dudamel
Auditório do Festival de Lucerna, 2007
Trata-se, na minha opinião, de uma das melhores orquestras mundiais e é composta por jovens que, num país que muitos apelidam de "terceiro-mundista", nos dão "cartadas" acerca do que é ser-se cultural e civicamente activo.
Sugiro que se implemente, no nosso país, uma política de verdadeira autonomia, isto é, que se abra o leque de opções para que as nossas crianças e os nossos jovens possam escolher e experimentar o máximo de vivências possível. Que possam, desde pequenos, "aprender a decidir" e "aprender a aventurar-se"...porque eu acredito que é na diversidade que nos conhecemos a nós mesmos e que construímos o nosso projecto de vida.
Aquilo que esta orquestra maravilhosa nos mostra é o mesmo que um clube de ciências, um clube de literatura, uma biblioteca gerida por estudantes, uma equipa de basquetebol escolar, um clube de pintura, uma ESCOLA ABERTA AO PÚBLICO (e não uma escola cuja porta só se abre quando o estudante, funcionário ou professor passam o seu cartão por um mecanismo semelhante ao de um cartão de crédito), um grupo de jovens que visita um lar de idosos, um centro de saúde que sai das suas portas e se mostra e convive com as pessoas de quem cuida, a disciplina "área de projecto" que se envolve num projecto de acção de beneficência, as aulas de português dadas na biblioteca municipal, as aulas de ciências da natureza no jardim zoológico, no jardim botânico, um horário escolar preenchido não apenas com as disciplinas que todos nós aprendemos desde há eternidades, mas com as actividades que o estudante escolheu e que GOSTA DE DESENVOLVER, nos fazem compreender...ou seja, que jovens com problemas de adaptação social, jovens com baixo sucesso escolar, com um projecto de vida demasiado dúbio e comprometido, devem, na maior parte das vezes (arrisco afirmá-lo), a um sistema de ensino e um sistema social obsoleto, que não lhes oferece os caminhos que lhes são particularmente adaptados e que, esses sim, lhes garantiriam um futuro feliz e harmonioso.
É preciso tornar a escola num espaço de criação, torná-la empreendedora, fazer com que abrace, verdadeiramente, a comunidade que serve e que a compõe. É preciso que a escola não se afaste da população com que se identifica. Não é seu papel ser uma "ilha" mas sim um ponto de convergência, de união, a partir do qual um povo se manifesta, se renova, cresce e se desenvolve, se alastra. Não é admissível que a escola negligencie o papel que ocupa na construção da identidade dos seus estudantes. Urge que a escola se envolva, se embrenhe, nos problemas na sua comunidade e que esta comunidade (composta por cidadãos que é) exija ocupar o seu lugar nesta caminhada. Cabe à escola instruir e compreender o papel que a instrução tem na educação de todos nós. Cabe-lhe ENSINAR A APRENDER e isso só pode ser feito desafiando a assunção da autonomia de cada um no seu projecto pessoal e comunitário (porque todos nós ocupamos um lugar no mundo).
De realçar que esta foi, talvez, a maior aprendizagem que realizei durante a faculdade e tenho pena tê-lo feito tão tarde...
É curioso, mas de facto, é na diversidade que, quiçá, a nossa sociedade encontrará o caminho para ultrapassar "as crises" de que tantas vezes se queixa.
E para descontrair e voltar a fazer pensar, aqui vai mais um presente musical:
Alberto Ginastera
MALAMBO
La Sinfónica de la Juventud Venezolana Simón Bolívar (Venezuela)
Gustavo Dudamel
Auditório do Festival de Lucerna, 2007
NOTA: Para ficar a conhecer um pouco melhor o PROJECTO SOCIAL que é esta orquestra, leia o texto neste link:
O "sistema" e a história da Orquestra Sinfónica Juvenil Simão Bolívar
Gasparzinho
domingo, 16 de setembro de 2007
Callas...30 anos.
Mas perante uma tal descrição, o que me leva a qualificá-la como "a melhor"? O que justifica o título de "Divina"? Socorro-me de um velhinho que todos conhecem, Giuseppe Verdi, que dizia preferir, para as suas ópera, vozes feias mas verdadeiras do que as mais belas mas dramaticamente inferiores. Verdi e Callas não foram contemporâneos, todavia não deixa de ser curioso tamanho paralelismo entre as palavras desse compositor maior e o soprano que Maria Callas foi (é). Porque não houve, até hoje, cantor que transferisse tanta verdade, tanta verosimilhança para o canto como o fez Maria. Torna-se tanto mais importante se atentarmos no facto da ópera ser, talvez, a mais improvável e inverosímil das manifestações dramático-teatrais: canta-se no lugar de falar.
Callas foi, então uma actriz maior, de uma simplicidade invulgares. E porque defendo para a arte o mesmo princípio das ciências que afirma ser mais válida, de entre duas opções que dão resposta à mesma questão, aquela que o fizer de um forma mais simples, reconheço o mérito desta figura, que não descurava um olhar, a posição das mãos, os passos em palco, os movimentos dos membros, da cabeça, a cenografia, os figurinos, a coordenação com os seus colegas, o número de ensaios necessários antes de cada apresentação...ou seja, defendia para si e para a arte, princípios estéticos dos quais não prescindia e que, mercê de interesses de vária ordem, a viriam a associar a títulos de diva (no mau sentido da palavra), intolerante, arrogante, entre outros adjectivos, quando, na minha opinião, ela se tratava de uma profissional sem paralelo.
Contudo, a verdade de que vos falava há pouco é tangível a um nível ainda mais profundo. Ela é observável (porque observação não se faz, somente, com os olhos) no meio que determina a inverosimilhança deste género artístico: a sua voz. As inflexões, as múltiplas tonalidades que conseguía traduzir no seu canto, as próprias deficiências e opções (à partida) erróneas quanto à técnica vocal com que interpretava, davam-lhe a capacidade camaleónica de interpretar papéis de raparigas de dezoito anos, de tuberculosas, de mães destroçadas, de ciganas incandescentes e de, numa mesma ópera emtrês actos, nos conseguir fazer sentir a evolução de uma personagem que no primeiro está feliz, no segundo contacta com a fatalidade do seu destino e no terceiro é colocada face à sua morte.
A sua capacidade faz-nos esquecer que falamos e não cantamos e que o amor também é cantado, assim como a ira, a angústia, a argúcia, a esperança, a saudade, o desespero, a perda, o desamparo, a maldade, a paixão, a coragem, a doçura, o desalento, o despeito, a perseverança...acreditem em mim quando digo que são raros os grandes cantores que possuam tamanho conjunto de matizes na sua voz...eu não conheço mais nenhum.
BRAVA CALLAS.
Gasparzinho
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Parabéns
Se te for possível fazê-o, pensa que em cada tonalidade, em cada cor, em cada matiz, em cada contraste se encontra um bocadinho do afecto que te guardo...
Um beijo enorme à minha Dininha.
Gasparzinho
domingo, 9 de setembro de 2007
Luciano Pavarotti...sons que ficaram para a história.
LA BOHÈME
'Che gelida Manina'
Luciano Pavarotti (Rodolfo)
Ileana Cotrubas (Mimi)
Orchestra del Teatro alla Scala
Carlos Kleiber (Maestro)
Teatro alla Scala, 1979
TURANDOT
'Nessun dorma'*
Luciano Pavarotti (Calaf)
Royal Philharmonic Orchestra
Kurt Herbert Adler (Maestro)
Royal Albert Hall, 1982
*Versão em concerto.
Gasparzinho
Luciano Pavarotti...pequena discografia aconselhada.
...aconselho-vos, mesmo a seguírem a ordem que aqui vos apresento...isto porque o ouvido também precisa de maturidade para entender e descobrir a subtil beleza do complexo e complicado mundo da música erudita (infeliz o nome dado ao género, mas é o que temos):
- Giacomo PUCCINI: LA BOHÈME; Mirella FRENI; Luciano PAVAROTTI; Rolando PANERAI; Elizabeth HARWOOD; Gianni MAFFEO; Nicolai GHIAUROV; Schoneberger Sangerknaben; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
- Pietro MASCAGNI: L'AMICO FRITZ; Mirella FRENI; Luciano PAVAROTTI; Vicente SARDINERO; Royal Opera House Chorus and Orchestra, Covent Garden; GIANANDREA GAVAZZENI
- Gaetano DONIZETTI: L'ELISIR D'AMORE; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Dominic COSSA; Spiro MALAS; Maria CASULA; Ambrosian Opera Chorus; English Chamber Orchestra; RICHARD BONYNGE
- Gaetano DONIZETTI: LA FILLE DU RÉGIMENT; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Spiro MALAS; Monica SINCLAIR; Royal Opera House Chorus and Orchestra, Covent Garden; RICHARD BONYNGE
- Gaetano DONIZETTI: LUCIA DI LAMMERMOOR; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Sherrill MILNES; Nicolai GHIAUROV; Royal Opera House Chorus and Orchestra, Covent Garden; RICHARD BONYNGE
- Giacomo PUCCINI: TURANDOT; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Montserrat CABALLÉ; Nicolai GHIAUROV; Peter PEARS; John Alldis Choir; London Philharmonic Orchestra; ZUBIN MEHTA
- Giuseppe VERDI: RIGOLETTO; Joan SUTHERLAND; Luciano PAVAROTTI; Sherrill MILNES; Ambrosian Opera Chorus; London Symphony Orchestra; RICHARD BONYNGE
Aqui ficam algumas sugestões para começarmos a recordar aquilo que Pavarotti foi e será, do ponto de vista da lírica.
Periodicamente trarei mais sugestões.
Boas escutas!
Gasparzinho
sábado, 8 de setembro de 2007
Pavarotti II
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Luciano Pavarotti (1935-2007)
Importa compreender quem sentirá o vazio deixado por este "gigante". Não serão somente os velhos ricaços e as velhas com casacos de pele e visôn ao pescoço, com vestidos e estola, os senhores engravatados e empertigados que, mesmo após quarenta anos a frequentar o teatro de ópera continuam a não dispensar a condução do camareiro até ao mesmo lugar que ocupam, temporada após temporada. É também a minha tia, que o conhecia dos "Três Tenores" e que, apesar do timbre cansado e envelhecido pelos anos, continua a dizer que ele é o melhor dos três e que o será sempre, muito embora os ditames da musicologia e ciências afins até digam que o senhor cantava um repertório que não era o mais indicado para as características da sua voz.
Pavarotti faz falta aos colegas do meu pai, que, embora nunca tenham ouvido uma ópera completa por ele interpretada, se recordam do "gordo de barbas negras, sorriso largo, e lenço branco na mão" que cantou com Bono Vox, Bon Jovi, Spice Girls, Tracy Chapman e tantos outros...que cantou a Miss Sarajevo com os U2 quando a guerra na Bósnia Herzgovina era uma presença constante nos telejornais e tantas Miss Sarajevo morriam diariamente.
Pavarotti faz falta às crianças da Bósnia Herzgovina, Guatemala, Kosovo, Libéria, Cambodja, Tibete...e faz falta a tantas outras crianças da guerra que viria a continuar a ajudar. Pavarotti exigia cachêts milionários sempre que cantava: sempre os mereceu e nunca os recusou...mas também deu tanto! Serviu-se do seu estatuto de super-estrela (como nem Maria Callas foi) e fez aquilo que tantos de nós poderiam fazer (não à mesma escala, claro) e não fazem.
Pavarotti faz falta aos seus amigos e à sua família, aos seus colegas, à Música e ao Mundo.
Pavarotti faz-me falta a mim porque, embora ele não seja, na minha opinião, o melhor tenor de todos os tempos, é, com certeza, o maior cantor de todos os tempos...correndo o risco de entrar em contradição. Isto é, ele foi o primeiro tenor que eu venerei e continuo a venerar. Mas no meu percurso fui encontrando outros que me cativaram mais, todavia nenhum deles foi "maior do que a vida", "maior do que a ópera"...Luciano foi-o.
Aqui fica a mensagem de alguém que não está triste pela morte de Pavarotti, mas que celebra a sua vida, a sua maravilhosa e gloriosa vida e que continuará a encantar-se pela forma inconfundivelmente galante com que cantava os pianissimi, os legati, os portamenti e, sempre que podia, nos bombardeava (no bom sentido) com um Dó agudo fenomenal para logo a seguir abrir os seus longos braços e nos abraçar enquanto berrávamos e aplaudíamos como loucos.
Até sempre...ou melhor:
BRAVO LUCIANO!!!
Gasparzinho
domingo, 22 de julho de 2007
Mensagem a uma das Raízes da Árvore das nossas Vidas...
sábado, 21 de julho de 2007
O final desta jornada
Espero que agora, com um pouco mais de tempo livre, e com muitas novidades para contar nos voltemos a encontrar nesta Tertúlia Virtual.
Beijos
sábado, 19 de maio de 2007
PARABÉNS!
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Hoje é dia de festa.
sábado, 14 de abril de 2007
Da Guerra à Alegria...
Hoje não vos trago um texto escrito por mim, mas sim por um senhor que já morrer há muitos anos e cujas palavras são património de toda a humanidade.
Já há cerca de duzentos anos o eram, quando Ludwig van Beethoven compôs a sua derradeira sinfonia, outro documento fruto do génio humano, ético e estético ao qual todos podemos aspirar.
Deixo-vos, então, a tradução da "Ode à Alegria", escrita por Friedrich von Schiller, para que os menos afortunados, como eu, que não compreendem a língua germânica, possam aceder, ainda que enviesadamente, à beleza do ídílio de paz que o autor tão bem comunicou e que Beethoven fez ascender ao Divino, quando a incluíu no último andamento da sua 9.ª Sinfonia, "Coral"...
(Barítono)
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
(Barítonos, solistas e coro)
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detem.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
(Tenor solo e coro)
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
(Coro)
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora.
Tradução de Arnaldo Poesia
http://www.starnews2001.com.br/odeschiller.html
Um desafio aos Tertulianos: escrevamos um pouco sobre a Guerra e a Paz e vejamos onde esta dissertação nos conduz...
Para os curiosos, recomendo a divina e universal versão que o "divino" Wilhelm Furtwängler conduziu, em 1951, na re-abertura do Festival de Bayreuth (Alemanha), e que é, ainda hoje, um símbolo da reconciliação da Alemanha, consigo mesma e com o Mundo, depois do horror da II Grande Guerra Mundial. Façamos deste símbolo um marco também para nós, contemporâneos, para que, de uma vez por todas, os poderosos compreendam que a resposta à violência não é, não pode ser, a violência. A morte e a destruição não fazem sentido e, por isso, TÊM que dar lugar à alegria da PAZ.
CD:
- Elisabeth SCHWARZKOPF; Elisabeth HÖNGEN; Hans HOPF; Otto EDELMANN; Chor und Orchester de Bayreuther Festspiele; WILHELM FURTWÄNGLER
Outras gravações em CD que recomendo:
- Anna TOMOWA-SINTOW; Agnes BALTSA; Peter SCHREIER; Jose VAN DAM; Wiener Singverein; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
- Gundula JANOWITZ; Hilde RÖSELL-MAJDAM; Waldemar KMENTT; Walter BERRY; Wiener Singverein; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
- Jessye NORMAN; Brigitte FASSBAENDER; Placido DOMINGO; Walter BERRY; Konzertvereinigung; Wiener Staatsopernchor; Wiener Philharmoniker; KARL BÖHM
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Aconselho vivamente...
sábado, 31 de março de 2007
Giuseppe Verdi: MESSA DA REQUIEM. CCB, 30 de Março de 2007
Já que, depois do maravilhoso concerto ao qual assisti ontem no Centro Cultural de Belém (CCB), não encontro, hoje, na comunicação social qualquer referência ao mesmo, venho, desta feita, aventurar-me no processo de análise daquilo que ouvi e vi, aliás, em excelente companhia.
Importa ressalvar que este texto não se constituirá como uma crítica musicológica científica, exacta e absolutamente fidedigna. Trata-se, sim, do meu sentir, enquanto ouvinte deste tipo de música, sem conhecimento teórico, apenas alguém que gosta de música e que tem um ouvido ainda muito inexperiente.
Comecemos por apresentar os intérpretes:
Soprano: Dimitra Theodossiou
Meio-Soprano: Gloria Scalchi
Tenor: Fabio Sartori
Baixo: Maurizio Muraro
Coro do Teatro Nacional de São Carlos, sob a direcção do maestro titular Giovanni Andreoli
Coral Lisboa Cantat, sob a direcção do maestro titular Jorge Carvalho Alves
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Direcção Musical do maestro Donato Renzetti.
Do ponto de vista geral, tratou-se de uma interpretação muito equilibrada no que concerne às dinâmicas, tempo e cores.
Destacar o início do Introitus, com um arrepiante pianissimo pelas cordas e uma coordenação entre todos os executantes (característica, aliás de toda a interpretação). Uma harmonia sonora reveladora de uma maturidade musical característica de uma orquestra experiente e que recebo com grande alegria. Já no Dies Irae, bem como no Tuba Mirum, de destacar a força de uma secção de metais e percussão, mais uma vez muito coerente com a prestação, em fortíssimo dos Coros. Pianos súbitos fantásticos (mérito, também, da brilhante condução de Donato Renzetti) a introduzirem o Baixo Maurizio Muraro que cumpriu com as obrigações da partitura, sem no entanto, e na minha opinião, se destacar. Quanto ao Liber Scriptus proferetur (para mim, a grande prova da meio-soprano ao longo de toda a obra) foi interpretado por Gloria Scalchi com aparentes dificuldades de projecção da voz, resultado, quiçá de uma má adaptação à acústica da sala, ou a uma voz que me pareceu pouco cheia no registo grave e que, por isso, se dissolvia no meio dos vários mezzo-forte e fortissimi da orquestra ao longo de toda a obra. Pena que tenha sentido a necessidade de prescindir dos vibrati, em passagens de registo agudo forte. Para Verdi são imprescindíveis cantoras com timbres mais escuros e redondos, naturalmente, com um registo médio e grave bem sustentados.
Quanto ao Ingemisco, Fabio Sartori interpretou-o com facilidade e boa projecção vocal. Obviamente que o meu ouvido, habituado a ouvir o Requiem em disco e, como tal, através de vozes como as de Pavarotti, di Stefano, entre outros, sente falta de timbres com mais cores e beleza. No entanto, Sartori desempenhou as suas passagens com honestidade e facilidade, mesmo no registo mais agudo e piano.
Gostava, agora, de fazer referência a Dimitra Theodossiou, soprano que temos a felicidade de receber, muitas vezes ao longo da temporada, em São Carlos. Referi atrás que Verdi carecia de vozes escuras e redondas. Este soprano tem, de facto, essas qualidades. Confesso, todavia que me assustei um pouco ao ouvi-la e, depois de reler o seu repertório habitual ainda fiquei mais assustado. A voz tem vindo a ganhar peso e a escurecer, ao mesmo tempo que, na minha opinião (repito: que é falível) ganha um certo descontrolo sobre o vibrato que imprime, nomeadamente, aos agudos, gerando-lhe algumas dificuldades na acuidade da afinação em momentos em que a claridade da nota, mais uma vez em agudo pianissimo, é essencial (refiro-me, mais especificamente ao Libera me). À parte destes pormenores, trata-se de uma timbre muito belo, provavelmente o mais belo dos quatro cantores que se nos apresentaram ontem à noite (se é que é legítimo comparar timbres de tessituras distintas).
Creio, à parte de tudo isto, que as grandes estrelas da noite foram a nossa Sinfónica e os coros e, sobretudo, o maestro. Destaca-se a qualidade dos metais e dos excelentes percussionistas, assim como a doçura das cordas, em especial o concertino, que, na sua curta prestação em solo, já fez valer a noite. É com regozijo e grande orgulho que verifico a excelência da execução da nossa principal orquestra nacional, assim como os dois Coros, ambos conduzidos pela batuta de Renzetti que, nas várias vezes que o escutei em São Carlos nunca me desiludiu. Muito positiva a decisão de o termos como Primeiro Maestro Convidado no Teatro Nacional de São Carlos...prenúncio de muito sucesso e desenvolvimento musical.
Resta-me agradecer à companhia que me (passo o pleonasmo) acompanhou e que espero ter apreciado o momento tanto ou mais do que eu...foi importante.
Que se repita!
Interpretações recomendadas:
CDs:
- Joan SUTHERLAND; Marilyn HORNE; Luciano PAVAROTTI; Martti TALVELA; Wiener Staatsopernchor; Wiener Philharmoniker; SIR GEORG SOLTI
- Herva NELLI; Fedora BARBIERI; Giuseppe DI STEFANO; Cesare SIEPI; NBC Symphony Chorus; NBC Symphony Orchestra; ARTURO TOSCANINI
- Leontyne PRICE; Dame Janet BAKER; Alessandro LUCCHETTI; Jose VAN DAM; Chicago Symphony Chorus; Chicago Symphony Orchestra; SIR GEORG SOLTI
DVDs:
- Angela GHEORGHIU; Daniela BARCELLONA; Roberto ALAGNA; Julian KONSTANTINOV; Swedish Radio Chorus; Eric Ericsson Chamber Choir; Orfeón Donostiarra; Berliner Philharmoniker; CLAUDIO ABBADO
- Leontyne PRICE; Fiorenza COSSOTTO; Luciano PAVAROTTI; Nicolai GHIAUROV; Coro del Teatro alla Scala; Orchestra del Teatro alla Scala; HERBERT VON KARAJAN
- Anna TOMOWA-SINTOW; Agnes BALTSA; Jose CARRERAS; Jose VAN DAM; Wiener Staatsopernchor; Wiener Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
segunda-feira, 26 de março de 2007
Protesto...
COMO?!
Já agora... vou começando a montar a lista dos MAIORES EUROPEUS possíveis, para quando se der a eleição a um nível continental... quanto ao MAIOR MUNDIAL também existem uns quantos... se precisarem também se arranjam as fotos deles...
quinta-feira, 22 de março de 2007
Raízes
"Macieira I"
Gustav Klimt
Fecho os olhos e adormeço...
É nos dias que não te vejo, nas horas que ganho a contar os minutos para te ver que penso no mundo e no que ele me tem para oferecer: eis que tu chegas revolucionas tudo e mostras-me que mais importante é o que eu posso dar.
Suspiro. É na brisa do mar que te oiço voltar. No nascer do sol. No vento da primavera. Na água deste rio que houve os meus lamúrios e se torna salgado com as lágrimas que caem do meu rosto. E são tantas, às vezes.
Quero-te aqui para sempre. Só tu, e aquela musa que teve o poder de te encantar e depois de me conceber, me acolhem sem questionar, sem cobrar, sem eu pedir, mas com muito amor."
Já veio tarde mas é sentido: para todos os pais que não se limitam a ter o título mas que fazem por merecê-lo. O meu bem haja.
segunda-feira, 12 de março de 2007
Parabéns ESEMFR...até sempre!
PARABÉNS À NOSSA ESCOLA...
... que amanhã faz anos. Obrigado a todos por tudo! Bons e maus momentos contribuíram para que todos crescessemos...e conseguimos! Espaço que foi casa durante quatro anos, espaço onde fomos, somos e seremos família...enquanto houver Resendeiros!
A todos os que contribuíram para aquilo que somos hoje um enorme abraço e fica o voto para que a nova Escola Superior de Enfermagem de Lisboa siga os passos da nossa pequenina mas, ao mesmo tempo, enorme
Um abraço a todos os amigos que criámos ao longo destes anos e um abraço especial a todos os membros da Tertúlia que, unidos pela amizade, perdurarão, para sempre na nossa memória.
Fernando Pessoa...um grande português.
domingo, 11 de março de 2007
Parabéns a Lord Baden-Powell...velhinho mas presente.
Um grande amigo e companheiro...
sábado, 10 de março de 2007
Super Bock Bruno Referendo
Porque também a super bock reconheceu a apatia portuguesa. Porque se indignou com isso e criou sabores novos.
Porque a cerveja sem álcool é mais pedagógica. Porque há escolas que têm coragem de a ter no bar e principalmente porque eu gosto de pessego e quero convidar todos a brindar a este blog que me deixa cada vez mais feliz pareceu-me que a Super Bock seria quase perfeita. (e não tenho comissão)
A mensagem é o que importa. Na hora da verdade nínguem lá está, poucos se indignam, poucos protestam. Um mundo quase perfeito. Falta o quase...
Estamos a tentar fazê-lo.
Bem-haja a todos.
By Dininha
sexta-feira, 9 de março de 2007
"É Norma!"
Caros amigos, devo dizer que não fui dotada de grande jeito para “bem escrever”, ou antes, para escrever de uma forma bonita!, mesmo assim, ouso partilhar convosco algumas coisas que me inquietaram hoje... e porque acho que, antes de bem escrever, devo ousar e criar, e porque acho que há que ser criativa! (homenageando o meu outro amigo! =p o criativo! (Dário))... aqui vai!...
Hoje vi tanta coisa... umas boas... outras menos boas... e outras mesmo más... mas vi! Não só vi como também observei... e por isso ouso estar aqui a escrever...
Vi pessoas a rir alto...
Vi outras a se acomodar...
Vi crianças a saltar, correr, brincar...
Vi alguém a gritar e a reclamar...
Vi outro alguém a chorar discretamente, mas não o suficientemente discreto para que eu não reparasse...
E vi ainda outro alguém “quase” a abandonar a vida, ou se preferirem...a morrer...
Vi tanta tanta coisa... mas tanta coisa... que me é quase impossível descrever aqui e através de palavras... há coisas que só se sentem! Houve ainda outras coisas que eventualmente não vi... e outras que gostaria de não ter visto... MAS VI!
Como típica portuguesa... vou começar por aquilo que vi e que não gostaria de ter visto! Se bem que se não tivesse visto, não me estaria a questionar... enfim... algumas incongruências do meu pensamento... (ou não!) mas que faz parte...
Ía eu com a minha caríssima amiga Sofia rumo ao “nosso” Hospital São Francisco Xavier... para mais umas horas de observação de relações... quando, e por engano, em Algés, apanhámos a camioneta certa mas com o sentido para Belém, contrário ao que desejávamos... (estão neste momento a pensar, aqueles que me conhecem, nomeadamente o Gasparzinho e “o criativo”:“é normal Cláudia Sofia...tens sentido de orientação quase nulo!”lol)... chegando a Belém (e já nos tendo questionado, pelo caminho, que eventualmente estaríamos erradas..) permanecemos dentro da camioneta enquanto toda a gente saía... o condutor muito prontamente disse: “esta é a ultima paragem!” (aos “berros” do inicio da camioneta, estando nós na ultima filinha). Explicámos ao senhor, que nos tínhamos enganado e que iríamos continuar naquela camioneta para realizarmos o percurso inverso (que eram apenas três paragens!)... ao que o Sr. Motorista responde (e ainda aos “berros” e de lá da frente): “mas as meninas têm que sair e voltar a entrar...”. assim o fizemos pensando nós que a camioneta iria ficar “parada”, a “cumprir horário de espera”... mas NÃO! Lol saímos da camioneta às 15h 39min 16seg e (re) entrámos às 15h 39min 40seg! obviamente que entrámos e esboçámos um sorriso irónico!! Ao que o Sr. Motorista respondeu: “É norma do sistema!! As pessoas têm que sair na última paragem!
...e eu pergunto-me: será que este homem, eventualmente trabalhador há já tantos anos (pelo seu aspecto físico..), se questionou do porquê dessa norma? Lol Será que essa norma faz sentido neste caso em que já tínhamos mostrado o “titulo de transporte” (Gasparzinho, 2007), quando entrámos em Algés, e a camioneta não iria ficar parada a cumprir horário de espera? Pois é... MAS É NORMA!
Meus amigos...”reparem” (Rosa, 2007)... eu faço um apelo à vossa capacidade crítica...não se acomodem à norma... à regra... ao protocolo... aos facilitismos da vida... QUESTIONEM-SE! PENSEM! INDIGNEM-SE! RECLAMEM! MAS NÃO FIQUEM “PARALISADOS”... DETESTO A APATIA E A ACOMODAÇÃO! DESTESTEM TAMBÉM VOCÊS!! E NÃO ME DIGAM, SEM SER BEM FUNDAMENTADO, “É NORMA DO SISTEMA!”... é norma... mas depois arriscam-se a cair na incongruência... ao não cumprirem com a “norma” do código da estrada (como esse Sr. Motorista) ao não parar na passadeira para uma pessoa atravessar! Sr. MOTORISTA...onde é que pára a norma?????SEJA CRÍTICO!! INDAGUE E SEJA FELIZ!
Beijo Cláudia Sofia
quinta-feira, 8 de março de 2007
Vinte e um anos depois do início da discussão em parlamento, as mulheres podem, finalmente, escolher!
Hoje é dia da Mulher.
Já perguntei a várias mulheres se gostam da ideia de terem um dia específico para o seu género. Apenas uma me respondeu que sim e justificou-o: "Sim, enquanto o dia for preciso!". Pessoalmente, a minha posição habitual face a eventos como este não é muito confortável, da mesma forma que não convivo bem com a ideia de existirem "quotas" de deputados ao parlamento. As minhas razões prendem-se com o facto de eu crer que um lugar só deve ser preenchido por alguém eleito por provas dadas em termos de competência durante o exercício das suas funções.
Contudo, a resposta daquela Mulher ecoou na minha cabeça: "...enquanto for preciso".
Sou demasiado novo e inexperiente para perceber o que é que ela queria dizer com isto. Não tenho nenhuma experiência profissional, sempre fui "filhinho dos papás" e não posso dizer que tenha tido que lutar seja pelo que for. Não sou um conformado, mas, de facto, pertenço a uma geração privilegiada. Sempre tive liberdade, os meus pais sempre tiveram um (bom) emprego e sempre procuraram satisfazer os meus caprichos. Sou-lhes agradecido por isso. Isto tem, todavia, um revés e repito-o: nunca tive que lutar por nada. Para além dos aspectos materiais, os meus pais sempre tiveram uma mente muito aberta. Sempre estiveram cientes daquilo que fizeram quando tinham a minha idade e, por isso, dão-me confiança para sair à vontade com os meus amigos sempre que eu quiser. Também é verdade que eu "sou de confiança". As minhas loucuras não são nem muitas, nem muito loucas (passo o pleonasmo).
Qual é a minha reflexão disto que vos escrevi?
De facto, os meus pais têm uma mente muito aberta e acham importante que eu saia de casa e esteja com os meus amigos. Não posso, de todo em todo, deixar de olhar para os exemplos de algumas colegas minhas, cujos pais não as deixam sair de casa com a mesma facilidade dos meus. Claro que as ruas são perigosas, não obstante parece-me que se elas fossem rapazes as coisas seriam, talvez, mais fáceis...
Este é, à escala da realidade dos jovens de hoje em dia, um dos exemplos da diferenciação que constato existir no tratamento das pessoas entre rapazes e raparigas.
Um segundo problema passa-se dentro da profissão que, dentro de alguns meses, será a minha: Enfermagem. É uma profissão, cuja origem se encontra em cuidados prestados por mulheres e que, na minha, ainda, incipiente visão, só se têm vindo a "prejudicar" sempre que os homens se metem "ao barulho". Não que não tenham havido grandes enfermeiros homens ou (permitam-me que corrija - façamos jus às fundadoras) "enfermeiras" homens (mesmo que isto vá contra as regras da língua portuguesa - as enfermeiras não se dão bem com regras que não sirvam os seres humanos por não serem pensadas!) - o meu avô foi um deles! Todavia, correntes paternalistas, normalmente encabeçadas pelo poderio masculino, têm vindo, positivamente, a agrilhoar, ao longo dos vários séculos de Ciência, a nobreza e o que há de mais telúrico desta profissão e arte...e ciência! Os seus utentes continuam, amiúde, a tratá-las utilizando a expressão "Menina" ao passo que a mim, ainda que eu os esclareça nesse exacto momento da minha condição de Estudante, não têm nenhum pejo em utilizar "Sr. Enfermeiro" ou, por vezes, um pomposo "Sr. Dr." (quando, em vez da farda, envergo a bata branca). Não me interpretem mal, mas a importância do "Sra. Enfermeira" consubstancia o reconhecimento devido a Um Ser Humano que presta cuidados e que desenvolve actividades que não têm género e que são resultado, neste momento de, pelo menos quatro anos de formação superior, com conhecimentos traduzidos em competências, fundamentados em princípios científicos, tão válidos como os da Física ou da Matemática ou da Medicina. A "Sra. Enfermeira" não é simpática, não é querida, não é amorosa, não é uma Menina...é uma Profissional, cuja simpatia, empatia, afecto, humor (entre outras competências/dimensões relacionais) são a tradução daquilo que consubstancia a sua principal técnica: a Relação Interpessoal.
Para mim, a Mulher não é a árvore, não é o fruto, não é a semente...ela é todo o Planeta! Ela é os grãos da própria terra que agarro no campo, a água do mar e do rio. A Mulher é o firmamento...o cosmos. É dela que tudo nasce...é do planeta que tudo nasce...da terra. Ela é a origem.
Hoje é Dia Internacional da Mulher. Hoje a Mulher libertou-se, em Portugal, de mais uma algema do poderio masculino. A partir de hoje a Mulher pode escolher interromper a gravidez que NÃO PODE prosseguir, mas que, acredito, NÃO QUERER interromper.
Esta é a minha forma de homenagear a Mulher, num dia que eu gostaria, no próximo ano, já não ser preciso.