quarta-feira, 25 de abril de 2007

Hoje é dia de festa.



Hoje é dia de festa...porque celebramos a LIBERDADE. Devemos isso a algumas mulheres e homens ( poucos...mas combativos, persistentes e que acreditaram ), que permitiram que nós pudessemos viver como hoje o fazemos. Para que não se esqueçam estas pessoas aconselho a leitura do livro "POR TEU LIVRE PENSAMENTO. Histórias de 25 ex-presos políticos portugueses" de dois autores nascidos já depois do 25 de Abril. Estes jovens dizem "ao aperceber-me de que a minha geração pouco ou nada sabia sobre o que tinha acontecido durante a ditadura de Salazar comecei a interessar-me, a investigar e decidi que tinha de fazer alguma coisa para guardar o registo dessas pessoas, as memórias...". Para os membros deste blog que lhe queiram dar uma espreitadela, tenho um à disposição.


Ouvi hoje parte dos discursos que os nossos políticos proferiram na Assembleia da República. Fez-me alguma confusão que alguns deputados tivessem preferido falar do que consideram mal no país, em vez de celebrarem um dia tão importante para todos os portugueses (mesmo para aqueles que não gostam deste dia...). Sobretudo tenho pena que não me reveja nas palavras do Presidente. Já não é a primeira vez que este facto acontece, e também não me admira muito que não esteja de acordo com ele, pois estou bastante longe do seu projecto de sociedade. De qualquer maneira deixou-me triste. Será que o Sr. Presidente acha que o futuro se faz sem presente e sobretudo sem passado? Só há este presente e só é possível um outro futuro para os jovens (e não só), porque houve um passado que não se pode esquecer.


Aqui fica a humilde opinião de uma mulher que apesar de nunca ter tido a coragem de lutar activamente contra a ditadura, também nunca a apoiou.

sábado, 14 de abril de 2007

Da Guerra à Alegria...

Hoje não vos trago um texto escrito por mim, mas sim por um senhor que já morrer há muitos anos e cujas palavras são património de toda a humanidade.
Já há cerca de duzentos anos o eram, quando Ludwig van Beethoven compôs a sua derradeira sinfonia, outro documento fruto do génio humano, ético e estético ao qual todos podemos aspirar.
Deixo-vos, então, a tradução da "Ode à Alegria", escrita por Friedrich von Schiller, para que os menos afortunados, como eu, que não compreendem a língua germânica, possam aceder, ainda que enviesadamente, à beleza do ídílio de paz que o autor tão bem comunicou e que Beethoven fez ascender ao Divino, quando a incluíu no último andamento da sua 9.ª Sinfonia, "Coral"...


(Barítono)
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!

(Barítonos, solistas e coro)
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detem.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!

(Tenor solo e coro)
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.

(Coro)
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora.

Tradução de Arnaldo Poesia

http://www.starnews2001.com.br/odeschiller.html


Um desafio aos Tertulianos: escrevamos um pouco sobre a Guerra e a Paz e vejamos onde esta dissertação nos conduz...
Para os curiosos, recomendo a divina e universal versão que o "divino" Wilhelm Furtwängler conduziu, em 1951, na re-abertura do Festival de Bayreuth (Alemanha), e que é, ainda hoje, um símbolo da reconciliação da Alemanha, consigo mesma e com o Mundo, depois do horror da II Grande Guerra Mundial. Façamos deste símbolo um marco também para nós, contemporâneos, para que, de uma vez por todas, os poderosos compreendam que a resposta à violência não é, não pode ser, a violência. A morte e a destruição não fazem sentido e, por isso, TÊM que dar lugar à alegria da PAZ.

CD:

  • Elisabeth SCHWARZKOPF; Elisabeth HÖNGEN; Hans HOPF; Otto EDELMANN; Chor und Orchester de Bayreuther Festspiele; WILHELM FURTWÄNGLER

Outras gravações em CD que recomendo:

  • Anna TOMOWA-SINTOW; Agnes BALTSA; Peter SCHREIER; Jose VAN DAM; Wiener Singverein; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
  • Gundula JANOWITZ; Hilde RÖSELL-MAJDAM; Waldemar KMENTT; Walter BERRY; Wiener Singverein; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
  • Jessye NORMAN; Brigitte FASSBAENDER; Placido DOMINGO; Walter BERRY; Konzertvereinigung; Wiener Staatsopernchor; Wiener Philharmoniker; KARL BÖHM

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Aconselho vivamente...

Às terças-feiras à noite, na televisão pública, logo a seguir ao Telejornal , dá um programa que aconselho vivamente a verem. Trata-se de uma série feita pelo sociólogo António Barreto, que falando de vários temas (ontem foi sobre a emigração dos portugueses do campo para as grandes cidades), nos põe a par de como era Portugal há 2 ou 3 décadas. E porque é que aconselho? Porque muitas vezes quando falamos do nosso país, da "desgraça" que ele é, de tudo o que de mal ainda por cá se faz, da distância a que estamos do resto da Europa...etc, etc, esquecemos com muita facilidade de que ponto partimos há 30 anos. Apesar de eu achar que em muitas coisas podíamos estar melhor, muito melhor, digo-vos com toda a sinceridade que há coisas que não se mudam radicalmente em tão poucos anos.