sábado, 14 de abril de 2007

Da Guerra à Alegria...

Hoje não vos trago um texto escrito por mim, mas sim por um senhor que já morrer há muitos anos e cujas palavras são património de toda a humanidade.
Já há cerca de duzentos anos o eram, quando Ludwig van Beethoven compôs a sua derradeira sinfonia, outro documento fruto do génio humano, ético e estético ao qual todos podemos aspirar.
Deixo-vos, então, a tradução da "Ode à Alegria", escrita por Friedrich von Schiller, para que os menos afortunados, como eu, que não compreendem a língua germânica, possam aceder, ainda que enviesadamente, à beleza do ídílio de paz que o autor tão bem comunicou e que Beethoven fez ascender ao Divino, quando a incluíu no último andamento da sua 9.ª Sinfonia, "Coral"...


(Barítono)
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!

(Barítonos, solistas e coro)
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detem.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!

(Tenor solo e coro)
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.

(Coro)
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora.

Tradução de Arnaldo Poesia

http://www.starnews2001.com.br/odeschiller.html


Um desafio aos Tertulianos: escrevamos um pouco sobre a Guerra e a Paz e vejamos onde esta dissertação nos conduz...
Para os curiosos, recomendo a divina e universal versão que o "divino" Wilhelm Furtwängler conduziu, em 1951, na re-abertura do Festival de Bayreuth (Alemanha), e que é, ainda hoje, um símbolo da reconciliação da Alemanha, consigo mesma e com o Mundo, depois do horror da II Grande Guerra Mundial. Façamos deste símbolo um marco também para nós, contemporâneos, para que, de uma vez por todas, os poderosos compreendam que a resposta à violência não é, não pode ser, a violência. A morte e a destruição não fazem sentido e, por isso, TÊM que dar lugar à alegria da PAZ.

CD:

  • Elisabeth SCHWARZKOPF; Elisabeth HÖNGEN; Hans HOPF; Otto EDELMANN; Chor und Orchester de Bayreuther Festspiele; WILHELM FURTWÄNGLER

Outras gravações em CD que recomendo:

  • Anna TOMOWA-SINTOW; Agnes BALTSA; Peter SCHREIER; Jose VAN DAM; Wiener Singverein; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
  • Gundula JANOWITZ; Hilde RÖSELL-MAJDAM; Waldemar KMENTT; Walter BERRY; Wiener Singverein; Berliner Philharmoniker; HERBERT VON KARAJAN
  • Jessye NORMAN; Brigitte FASSBAENDER; Placido DOMINGO; Walter BERRY; Konzertvereinigung; Wiener Staatsopernchor; Wiener Philharmoniker; KARL BÖHM

Um comentário:

Cereja Doce disse...

BRAVO GASPAR! adorei mesmo**